Risen 2: Dark Waters

03/04/2012 18:49

 

Risen 2: Dark Waters representa a chance de a Piranha Bytes se redimir de vários equívocos. Embora o primeiro Risen tenha, de alguma forma, se tornado uma espécie de RPG “cult”, fato é que os inúmeros escorregões técnicos da desenvolvedora deixam, hoje, até o mais otimista parcial ou completamente descrente. Bem, e faltando cerca de dois meses para o lançamento oficial do game, digamos que a postura cética ainda é bastante aceitável.
 
A liberdade de um bucaneiro
 
Entretanto, questões exclusivamente técnicas à parte, fato é que muita coisa mudou em Risen 2. Como você já deve ter lido aqui no Baixaki Jogos, a ultraexplorada temática medieval “tolkieniana” foi aqui deixada de lado em favor do frescor de um conto sobre bucaneiros, embora, segundo a Piranha Bytes, a história seja uma sequência direta — parece que os piratas conhecem alguma forma de conter o mal que ameaça assolar o mundo (não, não faz muito sentido).
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Mas há um ponto bastante singular aqui, algo em que a desenvolvedora realmente foi e continua sendo bastante original. Basicamente, assim como ocorria no seu antecessor, nada em Dark Waters pretende levá-lo pela mão. Não há nenhum tipo de “halo dourado”, assim como também não existe uma “trilha dos tijolos amarelos”. Para encarar cada uma das missões, você terá apenas um texto inicial explicativo... E aí precisará se virar para encontrar os locais e personagens-chave.
Parece pouco? Bem, lembre-se de que se trata aqui de um mundo superlotado de tesouros, mas também de monstruosidades e armadilhas. Um mundo que emite a seguinte mensagem para o seu aventureiro oportunista: “Você é o herói, vire-se!”.

 

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Faça o seu próprio caminho
 
Bem, mas se o mundo do jogo não te ajuda diretamente, ele também não deve limitar a sua liberdade. De fato, as três ilhas de Dark Waters — que superam em extensão o universo do primeiro game — trazem inúmeras pessoas para se interagir, de forma que sempre será possível perambular um pouco atrás de missões e encrencas.
Além disso, caso esteja precisando de trabalho, sempre será possível aprender a fazer rituais de voodoo, embora forjar boas espadas também dê um retorno razoável. Além disso, bancar o cretino é sempre uma opção também — do tipo que sai abordando gratuitamente transeuntes indefesos por alguns trocados.
 
   Os homens precisam voltar ao trabalho... O que você fará?
 
Uma das facetas da liberdade de ação incluída em Dark Waters é representada pelas várias formas disponíveis para se revolver um único problema. Senão, convém dar uma olhada no caso postado pelo site IGN. Em determinado momento, você precisará convencer um homem e os seus subordinados a voltarem ao trabalho de abastecer de suprimentos o seu navio.
Eis alguns exemplos de como proceder:
   Intimidar o homem diretamente, em frente aos seus empregados;
   Descobrir novas informações com outras pessoas. Por exemplo, a existência de certa caverna. Basta então levá-lo para lá, com a promessa de um            tesouro... Para então mandar umas boas cacetadas na cabeça, resolvendo o problema;
   Um fio de cabelo pode facilmente virar um boneco de voodoo — particularmente, um que controlará o corpo do teimoso sujeito, que então será “obrigado”     a ordenar que os seus serviçais voltem ao trabalho.
   
   Mas as possibilidades listadas acima não devem ser as únicas. De fato, a Piranha Bytes promete que várias missões devem trazer inúmeras formas de   resolução. Vai da sua criatividade e do seu estilo.
 
Pés de chumbo
 
A despeito de novas possibilidades de combate, ainda é notável a pouca naturalidade com que o seu personagem dispara movimentos durante um combate — uma herança clara do primeiro título. Os golpes ainda parecem truncados, e é bastante difícil enfrentar mais de um adversário por vez — em parte graças à ação desastrada da câmera do jogo.
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Mas não se pode culpar a Piranha Bytes por falta de originalidade. Por exemplo, a mecânica “Dirt Tricks”. Trata-se de movimentos que são disparados rapidamente através de uma sequência rápida de botões — é verdade que há um tempo de recarga. Além disso, até mesmo o seu papagaio se torna uma ameaça aqui, distraindo os vilões... Enquanto você tenta coordenar os seus pés de chumbo.
Quanto à performance, talvez fosse razoável dizer: é bom que os próximos dois meses façam um verdadeiro milagre, sobretudo nas versões para consoles —  em que há quedas consideráveis de quadros por segundo e animações que, eventualmente, travam.

Novo título, novo background. Mas o pedigree... Esse se mantém. Esse é exatamente o status de Risen 2: Dark Waters. Por mais que a Piranha Bytes se esforce para fazê-lo esquecer-se das derrapadas do primeiro título, fato é que não se abandona um histórico assim tão rapidamente. E o pior: não é difícil prever um grande número de arestas por aparar na sequência — a despeito de algumas ideias realmente interessantes.

 

FONTE ORIGINAL BAIXAKIJOGOS

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